sábado, 20 de outubro de 2012

Nossas histórias

Sento no bar, peço uma cerveja e ouço uma gargalhada ao fundo. Olho na direção de onde imaginei vir o som e nada. Instantes depois a gargalhada de novo.Uma mulher, sozinha em uma mesa, de olhos fixos na televisão. No ar Avenida Brasil.
Tudo ao redor dela parecia menos importante, inclusive os dez ou doze amigos na mesa ao lado. Eles esperam.
Naquele momento ela estava dentro da trama. Imaginei quantas noites aquela história vez parte da vida dela. Chorou, riu, irritou-se, torceu por um ou outro personagem...
Precisamos de fantasias, de sonhos, todos nós. E no intervalo compartilhamos a realidade.
Garçom, mais uma cerveja...

sábado, 13 de outubro de 2012

Histórias perdidas

O passado há muito parece ter sido esquecido, às vezes pelo ritmo frenético dos dias atuais, outras tantas pela valorização do aqui e agora.
Na linha do tempo, escondemos em algum canto de nós mesmos o que fomos, o que fizemos, o que falamos, ou o avesso disso tudo. Quem sabe?
Fazemos questão de não recordar e nos reinventamos dia após dia, numa espécie de avatar.
Hora dessas alguém abre a caixa e, entre as lembranças empoeiradas, descobrimos que o acaso é só um jeito covarde de não assumirmos as responsabilidades pelas escolhas que fizemos.
Amanhã, hoje será ontem...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

E aí, morreu?

Nem um boa tarde, um oi talvez, nada.
Essa economia de palavras demonstra o pragmatismo, se otimista fosse, ou a frieza dos nossos tempos. Pessimista? Sim, neste caso sim.
Há dias não se falavam. Deixaram a vida um do outro pela porta dos fundos. Porta que já havia sido fechada uma vez e reaberta...entreaberta, melhor, suficiente para reviver, não para construir.
Sem apreço pelas palavras ditas, pelo significado concreto, o simbólico se esvaiu...um tempo ido, de um tempo sem tempo.
Morreu sim, pelo que viu, assim como a primeira vez que a porta se fechou.