sábado, 10 de outubro de 2009

Ocupar, invadir 2

Quero voltar ao tema. O comentário do Renan, no post de quarta-feira, merece uma resposta. O MST pode ter sim motivos legítimos. No entanto, isso não nos permite escolher uma ou outra palavra para descrever a ação, seja por simpatia com a causa histórica da reforma agrária ou não...ocupar terras que não lhe pertencem é invadir!
O uso incorreto das palavras deixa dúvidas no ar. Por exemplo, neste sábado, a Folha de S. Paulo trás uma reportagem sobre a área onde está localizada a fazenda da Cutrale, invadida pelo MST na semana passada.
Segundo o jornal, o Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - diz que a fazenda está em uma área da União, ou seja, patrimônio público. O jornalista define as empresas que teriam titulos de propriedade irregulares de "ocupantes".
Ora, se ocuparam uma área que não as pertencia são invasoras...ou será que elas merecem um tratamento diferenciado?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Desafios

Para quem luta por um jornalimo de qualidade aí vai um afago na alma. Um pesquisa realizada pelo Ibope Mídia, divulgada essa semana, mostra que o consumidor de notícia está preocupado com a qualidade da informação, muito mais do que com a plataforma utilizada. Ou seja, pouco importa se informação está no jornal, no rádio, na tv, na internet.
Ontem, na reportagem do Estadão, a gerente de Marketing do Instituto, Julia Sawaia, diz que "o conteúdo é o grande protagonista e, por isso, o desafio da era de convergência é transformar a quantidade de informação em qualidade".
Outros três aspectos me chamam atenção: 53% dos 800 entrevistados se dizem pressionados pela quantidade de informação dos dias atuais e quase a metade aponta a falta de tempo como um dos grandes problemas nos próximas dez anos. Sem dúvida, essas são questões impactam diretamente o modo como produzimos e diponibilizamos notícia. É hora de se pensar, todos nós...
O último ponto destacado pelo estudo é que 77% das pessoas ouvidas apontam a televisão como o item mais importante do dia a dia, o que aumenta e muito nossa responsabilidade.
O desenvolvimento da tecnologia nos impõe, desde já, principalmente em termos de mobilidade, um novo desafio. Mãos à obra!

Sempre

Infinita dor…finita cumplicidade. História nossa, linha sem começo, sem meio...linha feita de minúsculos pontos, pintados pouco a pouco, dia a dia. Linha que avança e recua para avançar e recuar novamente, finita vida, de infinita beleza.
Símbolo marcado no corpo. Difuso na alma. Infinitos significados de tão finitos sentidos...motivos infinitos, desculpas infinitas.
Ainda que a razão faça do amor algo finito, o desejo há de fazê-lo infinito.
Linha sem começo, sem meio, sem fim...infinitamente!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ocupar, invadir

Não são palavras sinônimas, mas usadas como se fossem. Deixamos de lado a premissa básica da precisão ao escrevermos uma ou outra, e ajudamos a confundir. Ou seria justamente uma ação discriminatória, tratar de modo desigual ou injusto, com base em preconceitos de alguma ordem?
O fato é que, não raro, movimentos sociais como, MST, acusam a imprensa de serem tratados justamente de forma preconceituosa. E pior, dizem que criminalizamos as ações.
Não quero aqui discutir as formas de luta escolhidas, mas tão somente a escolha das palavras, pois dela depende a imparcialidade almejada pela nossa profissão.
Ocupar e invadir denotam significados diferentes, tanto é assim, que o próprio lema do MST é "ocupar, resistir, produzir".
Ocupar é tomar posse, invadir é entrar como por direito próprio...ocupar deixa no ar um sentido menos agressivo do que invadir.
Nesta terça-feira, ao retratar a ação do MST em uma fazenda no interior do estado de São Paulo, diversos veículos usaram umas vezes ocupar, outras invadir.
Ora amigo, o uso indiscriminado das palavras é que dá margem para que sejamos acusados de criminalizar, de caso pensado ou por pura falta de conhecimento das nuances da língua portuguesa.
Repito aqui algo que já disse em outro post: não temos inimigos para atacar, nem tão pouco amigos para defender.
Portanto, simpatias ou antipatias a parte, por mais que o MST queira, ocupar propriedade alheia sem ser convidado é invadir.
Sejamos claros!!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Terra de índio

Assuntos com envergadura política, econômica e social tendem a receber tratamento mais primoroso dos veículos de comunicação...quando se trata de questões indígenas não é bem assim. E olha que há um projeto de lei do governo para permitir a realização de negócios nas terras do índios.
As reservas correspondem a 13% do território nacional e guardam riquezas minerais e energéticas. Pela exploração, os índios vão receber royalties e terão preferência na contratação de mão de obra.
Volto a dizer: é um assunto com envergadura econômica, social e política, mas não temos dado a devida atenção...
Dos jornais de hoje, apenas o Valor trouxe uma reportagem de meia página. Vale destacar que o projeto mexe com dois setores importantes: mineração e energia elétrica.
Ao ler a matéria, lembrei de um texto que vi, pela primeira vez, no Programa "Provocações", da Tv Cultura...http://www.forumeja.org.br/guaicaipuro



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Simples assim

Inunda os olhos, fecha a garganta, embarga a voz...escorre lenta, lentamente pelo rosto. Contida apenas pela apreensão momentânea. Não há vergonha, não há medo, tão pouco raiva. Não remói sentimentos, extravasa. Não nos destrói, humaniza. Nos mostra o quão singular somos e o quanto plural queremos ser.
Pertencer a algo, admirado. O todo nos une, valoriza nossa auto-estima. Não há razão para tanto...mas o que importa? Hoje, pelo menos hoje, somos vitoriosos...simples assim.
Choro...ainda choro! Que ótimo...

Amigo traído é sempre o último a saber...

Imagino como deve estar se sentindo o delegado José Alberto Mesquita, responsável pelo caso da explosão da casa de fogos de artifício em Santo André, na semana passada. Ao apresentar o proprietário do estabelecimento para a imprensa, em entrevista coletiva, chamou Sandro Castelani de "nosso" amigo. Ora, o amigo não contou que mantinha em um depósito nos fundos da oficina do cunhado 1,5 tonelada de fogos. A polícia só descobriu ontem, por meio de uma denúncia anônima.
E agora? E como ficam alguns colegas da imprensa que, mesmo antes das investigações, já embarcaram na versão amistosa do delegado?
Já disse, no post "Amigo, de quem?", que não acho que devemos julgar a priori, mas desconfiar das versões apresentadas é mais que um direito do jornalista, é um dever.
Não temos inimigos, nem tão pouco amigos...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Meu tempo

Lá pelas tantas, tantas horas se vão...respira serena a noite, certa que a madrugada vai chegar.
O sono ainda não veio, mas virá, mesmo que seja lá pelas tantas...cinco, seis, sete, segue o ponteiro segundo a segundo. O dia se aproxima antes de lá pelas tantas da manhã. E nesse lapso de tempo hei de voltar a sonhar...lá pelas tantas de um dia qualquer, de uma noite qualquer. Não há que se ter precisão, diferença não faz. Lá pelas tantas acordamos!