sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O preço do jeitinho....

O vôo não estava cheio, talvez por conta do horário, seis da manhã. Assim que o avião começa a taxiar dois homens se levantam e tentam mudar para as poltronas da saída de emergência, um pouco mais espaçosas do que as demais.
Imediatamente a aeromoça informa que eles não podem ficar ali, ainda que as duas fileiras estejam completamente vazias.
A razão é simples: não pagaram pelos assentos.
Um deles olha com incredulidade. O outro ameaça reclamar e solta apenas uma frase irônica, do tipo "é que tem muita gente mesmo".
A cena me fez lembrar de uma situação semelhante que presenciei a primeira vez que estive em Nova Iorque, onde as relações de consumo são bem mais claras.
Bom, lá fui eu assistir os knicks contra os Jets, um clássico, ainda mais no Madison Square Garden. Passeio de turista sim, mas que vale cada centavo de dólar.
O setor onde estava não era dos melhores, mas longe de ser dos piores...cadeiras numeradas todas elas são. Ainda assim cheguei cedo, sabe como é, mesmo com o ticket na mão há sempre aquela desconfiança de encontrar alguém no meu lugar, enfim.
O jogo começa e lá pela metade do primeiro tempo boa arte dos lugares continuava vazio, inclusive fileiras a minha frente, com uma visão melhor da quadra.
Perguntei para um torcedor ao me lado porque ninguém mudava de lugar, já que aqueles eram melhores.
- Pagamos por esse, não por aquele...
Cesta amigo, e de três pontos!!!!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nossa fantasia está rasgada...

Deixemos para trás os foliões e falemos dos fanfarrões do nosso carnaval...parece sintomático um dirigente de uma “escola” virar o jogo na marra quando o jogo perdido está. Isso sim que é lição, principalmente de alguém com uma longa ficha de serviços prestados ao crime!!!
Sintomático também é a fala do governador Sérgio Cabral, na segunda-feira de carnaval. Segundo ele é preciso profissionalizar as escolas para que elas possam “sair do controle de quem quer que seja – bicheiros ou milicianos, qualquer agente ilegal.” E completou: É ilegalidade em cima de ilegalidade. O romantismo acabou há muito tempo”.
Novidade não é, diga-se a verdade. Mas de tempos em tempos a harmonia entre samba e crime atravessa a avenida, e aí amigo, não há lugar para fantasias...inclusive a que se refere a nós jornalistas.
O enfoque das nossas coberturas geralmente é a paixão, o luxo, as personagens do espetáculo. Raramente, corrija-me se estiver enganado, abordamos os bastidores, a origem das verbas, o compasso da ilegalidade forjado além dos barracões e quadras.
Não seria esse um enredo pertinente, de interesse público?
Se você é da mesma opinião que a minha há de concordar que precisamos evoluir nesse quesito, sob o risco de sermos rebaixados.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sacanagem as claras...

Li uma vez e fiquei com a sensação que não havia entendido. Li novamente e a sensação passou a ser de incredulidade.
Servidores do senado que recebem acima do teto estabelecido pela constituição, ou seja, fora da lei, e que tiveram os nomes divulgados pelo site Congresso em Foco decidiram processar os jornalistas.
E sabe qual é a alegação? Eles tiveram a intimidade e a privacidade invadidas pela publicação dos valores dos contracheques.
Entendeu porque precisei ler duas vezes?
É como um batedor de carteira pego em flagrante alegar invasão de privacidade quando o dono da carteira quiser conferir os pertences, e adepois decidir processar a vítima...
No caso dos servidores do senado são 43 ações e cada uma pede R$ 21,8 mil de indenização.
É intimidade demais com o nosso bolso, não?!!!