segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"Mea culpa"

Culpe o outro. Culpe a falta de tempo, os tempos modernos. Culpe a tecnologia, o excesso de informação, as multiplataformas. Culpe o que vier pela frente, contanto que isso preserve sua própria arrogância.
A maior revista semanal do país dedicou essa semana 17 páginas para a história dos cães resgatados de um laboratório de testes. Esforço jornalístico digno de admiração,  não?
O que se lê página após página é na verdade o esforço para contar uma história a partir de um único ponto de vista.
Lembrei do teólogo Leonardo Boff...certa vez, disse ele: "todo ponto de vista é sempre a vista de um ponto".
E assim se mata o jornalismo...carregue a culpa!

Tenho medo do simplismo

Reduzimos tudo. Minimizamos as relações, quaisquer que sejam elas. Preto no branco...só certezas. Pra que fazer perguntas complexas, daquelas que podem nos tirar do conforto das afirmativas acabadas?
Que coisa mais desagradável!
Melhor mesmo seguir nosso simplismo, sem vergonha alguma é bom frisar.
Essa semana, uma das revistas de maior circulação nacional corrobora o que eu digo. Na capa, a publicação estampou a foto de um cachorro e a pergunta:  "A vida dele vale tanto quanto a sua?"
A reportagem trata do uso de animais em pesquisas científicas. E vai aí uma dica: o ser humano é o centro de tudo. Simples assim, portanto...
Não pense você que sou contra ou a favor da tese, não se trata disso. Sou contra sim o fim da complexidade, daquilo que realmente nos diferenciava entre as espécies...Ah, mas essa é uma discussão muito chata, sim ou não? ?