quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Somos cruéis...

Não sei exatamente quem disse que o amor e o ódio são faces da mesma moeda, mas assim como eu, você já deve ter ouvido.
Vá lá que seja assim...o fato é que nesse jogo de cara-coroa, escondemos nossa crueldade.
Ainda que os dois sentimentos gerem ações, um nos engradece, o outro nos apequena. O ódio, e todos os derivativos, limita-nos, em maior ou menor grau, deixa nosso olhar obtuso, estreita as perspectivas. Sentimento legítimo sim, mas...destrutivo, para nós, quando guardado, para os outros, quando escancarado.
Em tempos de redes sociais esse tipo de postura se amplia de forma exponencial.
Que tal atualizar a página???

domingo, 23 de setembro de 2012

Não desista de mim...

Já se passaram trinta e três anos. Seria exagero dizer que todos os dias penso naquele dia. Não, não penso. O tempo tem dessas coisas...
Saudade que nos abraça, que aconchega, que conforta. Saudade do que foi, e principalmente do que não se fez presente. Dói sim, como dói!
Quando nos separamos ela segurava minha mão, como há dizer um para o outro "não desista de mim".
Lenta, lentamente a força foi se esvaindo. Ela se foi...
Vez por outra sinto o toque das suas mãos. Ontem, elas rodearam meu pescoço, o rosto colado ao meu, e dei-lhe um beijo. Baixinho sussurrei: feliz aniversário mãe...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

É o que parece ser

Já passava das 10h, cedo ainda pra quem precisa descansar a beleza. Na cabeceira da cama o livro, lançado recentemente no Brasil, "Capital Erótico". Ainda não começou a lê-lo, talvez amanhã, se nada melhor tiver pra fazer. Ganhou de um amigo, com um pequeno cartão: "Lembrei de você...".
Não entendeu bem o título, mas achou bonitinho, com um certo tom de malícia. As investidas dele vinham se tornando mais freqüentes com torpedos e recados no facebook.
Era bonita, muito bonita. Mais que isso, sedutora. Sabia que chamava a atenção dos homens e isso as vezes dava trabalho, horas gerenciando a rede social, ainda que os contatos não avançassem para além de amenidades.
Quem sabe um dia?
Beleza, nos tempos atuais, se põe à mesa sim. Olha a Sabrina Sato, um exemplo de "sucesso" em uma sociedade onde a imagem é fator decisivo. "Não me incomodo com quem me chama de burra. Me incomoda é me chamarem de gorda".
Puxou o livro e folheou algumas páginas...a autora não é tão explicita, mas defende, em linhas gerais, a ideia de que as mulheres devem usar o poder da sedução para alavancar a carreira.
Isso ela tem de sobra! O resto...bom, pra quê?

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Precisamos das diferenças

Iguais todos fôssemos, chato seria. Nada de trocas, nada de reflexões...apáticos.
Ou não é a referência do outro que nos faz melhor?
Vivemos a incoerência constante dos sentimentos. Procuramos afinidades, precisamos, desesperadamente, das diferenças. Estas, rotuladas quase sempre pejorativamente por um raciocínio egocêntrico, são o que no fundo nos fazem agir.
Surpreendo-me sempre com frases do tipo “não ligo para a opinião alheia”, como a propalar uma suposta independência.
Longe disso!! Revela apenas um individualismo infantil, uma crença em verdades nunca contrapostas, absolutas, vazias.
Sufocamos a diversidade para nos sentirmos mais seguros. Vamos nos matando aos poucos, sem o oxigênio...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Tire a cabeça do buraco!!

Já não nos permitimos debater, nem mesmo conversar sobre temas que dia após dia vamos individualizando. Rompemos com oque nos faz seres sociais.
Acredito nisso e ponto. Acredito naquilo e ponto. Não colocamos em discussão...eliminamos a perspectiva do outro e esquecemos que valores, filosofias, princípios são construídos pelo coletivo.
Temos acompanhado a “Guerra Santa” que se trava em torno da eleição municipal em São Paulo. O debate poderia ser construtivo se para além dos estereótipos de um e outro lado.
Não se trata de fé ou de paixões, isso sim questões pessoais. Trata-se de visões de mundo, de bens públicos e de que sociedade queremos.
Somos parte disso, ainda que muita vezes prefiramos nos esconder...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Um instante

Histórias esculpidas na paciência das horas de um tempo finito. Começo, meio, fim de linhas tantas que se cruzam, que deixam as digitais da vida escancaradas.
Olho no olho, assustado, tímido, quase a pedir desculpas pela lágrima se formando, congelada, sem chance de escorrer pelos sulcos.
Que caminhos teriam sido interrompidos pelo abrir e fechar da cortina? O dedo dispara o mecanismo da máquina fotográfica e tudo estanca...o tempo para numa fração de segundos.
O que ainda virá não importa. O que já se foi está ali para ser visto, como a perscrutar a alma quando se olha com o olhar de ver.
Revela-se por inteiro na vida vivida...de todos nós!



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Mais ou menos não dá!!!

Pra mim é sempre, sempre um contrassenso, ainda que a primeira vista o mais ou menos denote equilíbrio, ponderação. Nada...nem lá nem cá, nem bom nem ruim, nem isso nem aquilo.
Coisa chata! Sem risco, sem cor, sem sabor.
Ontem, entrevistei um candidato para uma vaga de estágio que me disse que ao contratá-lo eu ganharia “mais um colaborador”.
Nãooooo...
Uma amiga contou que ama uma pessoa, mas que isso não significa ficar com ela.
Nãooooo...
Ouvi um amigo negar ajuda a outro.
Nãoooo...
Gente mais ou menos é sempre pra menos. Notou?
Não se acostume com a mediocridade .
Griteeeee!!!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sem cobranças...

O esforço inversamente proporcional as expectativas. Se quer muito, se faz pouco. Nada, melhor ainda. Espera-se apenas...
Nos trilhos da vida não se constrói a estrada, pega-se o primeiro trem. Corredor nunca...janela, vista privilegiada.
Esquece-se que o bilhete de passagem está quase sempre em branco, vazio.
Quem se importa?
Quando, e se cobrado for, olhe para o lado, dê um sorriso um tanto quanto debochado e salte na próxima estação...invente um história qualquer, jogue a culpa no bilheteiro e só não cometa o erro de se delatar. Isso não, minta!!
E nada de sofrer, não há razão para isso. O jornalista Hélio Schuwartsman, em artigo publicado nessa terça-feira na Folha de S.Paulo, relata como a mentira está disseminada até mesmo em uma das universidades mais prestigiadas do mundo, Harvard. Mais de cem estudantes teriam cometido fraudes em um dos cursos, ou seja, colado.
Pior, uma empresa norte-americana de recursos humanos, que divulga desde 95 o índice de curriculuns fraudulentos que recebe, diz que o ano passado bateu todos os recordes, quase 30% de mentirosos.
Segundo o psicólogo Robert Feldman, citado no artigo, "a razão principal é que mentir, seja para si próprio, na forma de autoengano, seja para os outros, confere vantagens ao
burlador".
Portanto, ponha a alma em paz, espere o próximo trem e siga viagem com o bilhete em branco no bolso. Você está acima dessas miudezas...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Amor de alma

Das palavras ditas e das caladas não sei qual dói mais. De um modo ou de outro acreditamos, sem saber porque, que a língua do outro é sempre mais ferina que a nossa própria.
Certa vez ouvi a expressão "amor de alma" e achei que tivesse entendido.
Enganei-me...não sobre o que foi dito, porque claro está. Mas justamente sobre o que não foi verbalizado, o que ficou escondido, o que não tive capacidade de perceber...o poeta Fernando Pessoa diria que "quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma".
Se possível fosse um encontro, em um café qualquer de uma esquina qualquer em qualquer lugar, entre o poeta e o escritor angolano Pepetela, este completaria: "Os sentimentos mudam as palavras, embora estas possam ser as mesmas...".
Seguimos, sentindo as palavras, tentando olhar as pessoas.
Seguimos...


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Quando menos se espera...

Virei a página quando ele parou na minha frente e fechei o livro. Pegou minha mala e eu me ajeitei no banco traseiro.
Entrou e arrancou rumo ao aeroporto. Puxou conversa...
- Se eu ganhasse assim, uns três mil, arrumava uma mulher bem bonita.
Como é? Perguntei
- O livro que o senhor estava lendo...
"O que o dinheiro não compra" era o título, o último do filósofo Michael J. Sandel...dei risada e segui a conversa.
Simpático, Lucas foi falando...
- A minha é bem bonitinha. Ela não se acha, mas é sim! Fica um tempão se arrumando, creme disso, creme daquilo, puxa o cabelo pra lá, estica pra cá...já falei pra ela fazer um creme de mocotó, que nem os antigos faziam, sabe, dá uma chacoalhada no cabelo e está tudo certo. O senhor vê essas atrizes, umas mulatonas bonitas...o cabelo delas não vê pente faz um tempão, tudo natural...
A mulher dele, Cristiane, não. Horas em frente ao espelho ou no salão. Cento e vinte reais essa semana, uma fortuna para os ganhos do taxista.
- O que importa é a beleza interior, né não?, perguntou com ar afirmativo. E o pirão, claro...
Como?
- O pirão, o senhor sabe...se isso desanda aí não tem jeito. Se satisfazer sozinho dá não, não tem dinheiro que pague.
É, nem tudo o dinheiro compra, já dizia Lucas, o taxista...

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Além do próprio umbigo...

Desculpas pra lá, desculpas pra cá, desculpas por isso, desculpas por aquilo... não sei você, mas assusta-me aqueles que pedem desculpas sempre, tanto mais do que aqueles que não o fazem nunca.
Contraditório sim, explico...a desculpa constante pressupõe o erro constante. Fico com a sensação de que não há realmente uma reflexão sobre o ocorrido, e que a partir daí gere o pedido de desculpas, legitimado no arrependimento.
Este, quando sincero, quase sempre provoca dor, sofrimento, não é algo que possamos enfrentar com passividade. Definitivamente não.
O arrependimento tem foco no eu, a desculpa no outro.
O que me parece atualmente é que há uma inversão e o foco da desculpa passou a estar no eu...é muito mais um afago no próprio ego, tão somente de quem olha apenas para si...desculpas viram adereços, como um piercing no umbigo dessa gente...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Tá Bom!!!

Não acredito em promessas vazias, em mentiras tantas vezes repetidas, em verdades não ditas...
Tá bom!
Não acredito no comprometimento descompromissado, na cumplicidade efêmera...
Tá bom!
Não acredito na falta de esforço, no jeito mais fácil, sempre...
Tá bom!
Não acredito no egoísmo, em fins que justificam os meios ou em meios que não têm fim...
Tá bom!
Não acredito na falta de dialogo...
Tá bom!
Não acredito no sorriso sem graça, no gemido baixinho, no gozo fácil...
Tá bom!
Não acredito em certezas absolutas, tão pouco na personificação da dúvida, não...
Tá bom!
Não acredito na nudez, ainda que seja a única coisa a oferecer...
Tá bom!!!