quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os seios dela


Diferenças há, é verdade, mas...
É quase imperceptível, ou melhor, perceptível apenas para o apaixonado que bota reparo e busca na sutileza das partes a beleza do conjunto.
De um forma ou de outra, quando frente a frente, apático não se fica. Todos os sentidos são estimulados...primeiro a visão, sim, nós homens somos assim mesmo, cobiçamos. O olhar nos desperta a vontade, e se permitido nos for - a decisão nunca é nossa - o passo seguinte será o tato. Ah, é nessa hora que nos deixamos inebriar pela textura, e ainda que a mão repouse aqui ou ali, o resto de nós está em movimento. O olfato brinca com nossa imaginação. Aspiramos o perfume, único, intransferível. 
Perto, bem perto, roçamos a boca, a língua, sentimos o gosto.
Nosso corpo é então parte, hora visão, hora tato, hora olfato, hora paladar...só nos tornamos inteiros quando nos permitimos ouvir. E basta um sussurro..."meu seio é todo seu".
Alí nos sentimos seguros, alí gozamos...a vida!!




terça-feira, 8 de maio de 2012

Tem medo de quê?

Amo a pessoa que é coração por inteiro. E digo de cara que não se trata de romantismo, ainda que entenda que mal algum faz. Observe que também não faço referência a gênero, refiro-me, tão somente, a pessoa.
O que me atrai de verdade é a vulnerabilidade subentendida. Você há de concordar comigo que a sentença revela, antes de qualquer coisa, falta de medo, ou melhor, coragem para se mostrar.
É ou não verdade que esse é nosso maior tormento?
Evitamos dizer “não sei”, com medo da avaliação que os outros façam da nossa competência; não dizemos “amo você”, com medo que a pessoa amada tome a declaração como uma fraqueza nossa; não colocamos uma idéia em debate, com medo de sermos mal interpretados, ou sequer, entendidos; nos enchemos de arrogância para afirmar que não nos importa a opinião do outro, quando na verdade é através do outro que construímos o eu.
Por essas e por outras, amo a pessoa que diz “meu coração é meu corpo inteiro”, porque inteira está, corre riscos, não tem vergonha dos próprios limites ou dos caminhos percorridos para superá-los.
Ser coração é ser vulnerável sim, e nada, nada mesmo, nos impulsiona tanto em direção a novas descobertas...
Tem medo de quê??

domingo, 6 de maio de 2012

O grito

O silêncio me acolhe de forma brusca. Deu sinais de que chegaria, não posso negar.
Esse intervalo entre o fim e o começo veio se revelando mais rápido que o passar das horas e talvez por isso, é tão somente uma suposição, me pegou assim, meio sem rumo.
É como se estivesse eu a espera de um até breve ou de um olá. Nenhum som preencheu o vazio, sussuro algum sequer. 
A noite não se despediu, e o dia não deu as caras ainda. Um hiato de tempo, uma sombra de nome madrugada.
Leviana às vezes, traiçoeira. Nos embaça a visão, embaralha os sentidos...nos coloca frente a frente com nossos medos, desperta nossos fantasmas.
Já não há silêncio...