domingo, 13 de março de 2011

Ela nos espreita, sempre...

Consentimos, por vezes. Procuramos por ela até. Deitamos e nos deleitamos. Dividimos o espaço da cama, num ritmo harmonioso. Fantasiamos...ah, como fantasiamos. De olhos abertos ou fechados nos deixamos levar. Não há começo ou fim estanques, concretos. Há meio, e ainda assim, melhor dizermos no plural, meios...fluidos, abstratos.
Nos enredamos num jogo de olhares, de palavras, de sentidos. Sentimo-nos catapultados por ela. Explodimos em gozo na palavra gritada, arremessada na nossa cara ou no sussurro arrastado, lento, até que as letras se encaixem numa ideia inteligível. E gozamos de novo e de novo e de novo...o gozo da dúvida que se aconchega e nos faz querer mais, questionar mais, num ciclo frenético e construtivo.
Ciclo que se rompe quando ela chega sem ser convidada. E ela chega...nos empurra paro o canto da cama. Não há harmonia em nosso ritmo. Sufoca, nos torna refém.
Começo e fim têm a última palavra, e o meio já não nos inspira. Nada mais há do gozo proporcionado pela dúvida que nos impele a novas descobertas.
Nada!!!
A dúvida é agora angústia e me rouba o sono. Ela nos espreita, sempre...

domingo, 6 de março de 2011

Sorrisos que entristecem

Aqueles com ar de obrigação, aqueles que pretendem preencher um vazio, aqueles sem graça porque graça não os motivaram. Gosto ainda menos daqueles para cumprir tabela, sabe? O dono não entendeu o que você falou, mas sorriu...
Prefiro os debochados aos calculistas. Os tímidos de fato aos simpáticos de plantão. Os irônicos aos dissimulados.
O sorriso de raiva contida, de medo, de angústia. O sorriso que esconde quem te olha. O sorriso de quem se compraz em artimanhas.
O sorriso de subserviência...esse, talvez, o pior deles!!