domingo, 27 de agosto de 2017

Um sopro...

Quero um sopro na alma, feito vento que dá vida a bandeira...quero um sopro de dúvidas de quem já passou dos trinta, feito riso que já foi sorriso...quero um sopro que acolhe, feito braços em abraços, sopro que enlaça corpo inteiro....quero o sopro de um olhar, feito tinta desbotada, impregnada de pontos de um conto, história contada, aumentada...quero um sopro feito um vinho tinto, de nuances reveladas...frugal, sem ser impessoal, isso não...quero um sopro feito nota musical, que cala, que sussurra, que grita...um sopro temperamental, que de tempos em tempos acalenta essa vida que sopra!!!

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Olhar

Nunca se viram, mas olharam-se como reencontro fosse!
A linha imaginária entre passado e presente estreitou-se num abraço...o cheiro, o beijo, o tato, o papo...ahh, o gozo...lembrança intensa de um tempo que ainda está por vir!!

domingo, 18 de junho de 2017

Infinitamente...

Ajeite, acomode, organize

Idealize

Crie, invente, componha

Disponha 

Faculte

Dê, ofereça, proporcione 

Relacione-se

Habitue-se

Manifeste-se

Alinhave, harmonize, concilie

Depare-se...

domingo, 11 de junho de 2017

O tempo

Cai cedo noite

Engole tarde

Rastro de dia noite um dia foi

Não tarda noite vira dia

Cai cedo dia tarde noite 

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Saudade

Abstrato substantivo na língua, concreto na alma. 

Se verbo fosse, conjugado no futuro do pretérito deveria ser.

Vivido, vivido está. Assim, no presente, vez ou outra permitindo-se flertar com o passado, e no pretérito perfeito, diga-se: vivi.

É no tempo que está por vir que sentimos de fato a concretude da saudade...

Saudade do que poderia ter sido, do que poderia ter vivido. 

E nesse caso, se verbo fosse, transitivo direto seria...sem sentido completo, à espera de um complemento...


terça-feira, 6 de junho de 2017

Eu e meus fantasmas

Já não escrevo para afastar meus fantasmas, não. Dialogo com eles afim de entendê-los. Há familiaridade entre nós...somos feitos da mesma carne, da mesma alma. 

Delicadamente os convido para uma dança, tal qual os Deuses africanos. No início, falta-nos a harmonia dos exímios dançarinos, vencida com a persistência da agulha que sangra as canaletas do disco em voltas e mais voltas...assim, antes que a música acabe, lá estamos nós, feito pares perfeitos em um enorme salão, sem paredes, sem verdades postas à priori. Vamos nos descobrindo, nos entrelaçando, nos fundindo!

Não escolho os fantasmas que encontro pelo salão, mas escolho sim a melodia e o ritmo...seguimos dançando, eu e meus fantasmas...já não os quero longe de mim!!!


segunda-feira, 27 de junho de 2016

Um tantinho assim de atenção...

Pra bom entendedor nem pouco nem muito. Na medida do coração.
Razão não grita no peito, se cala. Machuca, abre ferida, funda.
Afunda, feito âncora. Estanca!
Um tantinho assim...medida dada na mão, palmo de chão.
Não se pede. Se dá ou se ganha. De um jeito ou de outro por merecimento, aos olhos de outrem ou de ninguém. 
Um tantinho assim...