terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mudamos...

Mais otimista?
Não.
Pessimista?
Tão pouco.
Curioso perceber que o conhecimento adquirido não nos deixa mais crente ou descrente em relação a esse ou aquele assunto. Se assim fosse, estaríamos fadados a passividade.
Ao aprender ganhamos sim ferramentas para construir um novo caminho. Tornamo-nos mais capazes de avaliar, inclusive, nossas crenças, de percebermos maneiras diferentes na busca de soluções diversas para concepções já cristalizadas, enfim, mudamos...
E agimos!!!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ao Sérgio Utsch, com carinho

Abro uma garrafa de vinho, sirvo uma taça e uma saudade gostosa se aconchega. Ao amigo que parte para um novo desafio, meu até breve. Aos que ficam como eu com um gosto de orgulho na boca proponho um brinde.
Sim, esse amigo querido e colega de trabalho é daqueles que nos fazem amar ser jornalista.
Contador de histórias, umas melhores, outras piores, mas sempre boas histórias. Não relatos frios ou relatórios adjetivados, não. Substantivo é sua essência...as vezes comum, as vezes próprio, tantas vezes concreto e outras tantas abstrato.
Jornalista que se apaixona pela sua matéria prima, que vive o conflito constante entre razão e emoção, que extravasa, que transborda, que coleciona amigos e desafetos, que valoriza o diálogo e que provoca sempre o interlocutor.
Não há passividade nesse sujeito, e apesar dos erros que se possa cometer ao assumir tal postura é assim que se forjam os talentos.
Valeu meu irmão!!!!

Perdi a fome

Lendo o jornal durante o vôo de volta para casa três notícias me chamaram a atenção, a começar pela manchete de capa: “Moçambique oferece ao Brasil área de 3 Sergipes”.
O governo do país africano acredita que nós temos tecnologia e conhecimento para transformar a área em um campo de produção de alimentos, nos moldes do que foi feito na região do cerrado. Terra fértil para o agronegócio que vai encontrar na África leis ambientais mais flexíveis, como gostam de apregoar os empreendedores rurais...eu, na minha ignorância, prefiro dizer mais perniciosas. Enfim, quando se fala em alimentação, ou melhor, na falta dela, o continente africano há muito estampa as páginas dos jornais mundiais.
Nesse domingo, o enviado especial a Mogadício, na Somália, fez um retrato brilhante sobre a situação do país. De acordo com o Programa Mundial de Alimentação, nos últimos dois meses, 200 mil somalis chegaram a capital fugindo da seca. Outros tantos morreram pelo caminho. A reportagem “Fracos demais para chorar” nos deixa com um soluço engasgado.
E a situação fica pior quando nos deparamos com o texto de Antonio Gois, “Muvuca Planetária”. Ele nos lembra que em outubro seremos 7 bilhões de habitantes. É muita boca pra alimentar, não??
Eu sei, eu sei...os otimistas acreditam que a tecnologia garantirá o futuro do planeta, mas pergunto: Por que ainda permitimos que um pai veja o filho morrer em seu colo de inanição???
Ouço ao longe a voz suave da aeromoça:
- O senhor quer um sanduíche???

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dia de fazer compras

Faltou cerveja? Quem sabe um salgadinho para aquela reunião de última hora. Ou um produto de limpeza emergencial. Abastecer a geladeira para a semana...nada disso é possível num domingo em terras capixabas.
Para quem sempre teve tudo isso a mão, parece estranho. Verdade que a gente acostuma, acredite.
Difícil mesmo é entender toda a discussão ao redor do tema. Até onde eu sei os supermercados já funcionaram aos domingos por aqui, mas os trabalhadores fizeram tanta pressão que as redes fecharam as portas.
Agora, há um projeto de lei propondo o revezamento entre as lojas.
Tá bom para você?
Para os empresários do setor não. Acham que a proposta é inviável, afinal se um feriado cair em um domingo, por exemplo, a loja aberta faturaria mais, e isso causaria um desequilíbrio entre as empresas...
Ué, esse não é um princípio do livro mercado???

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A força do exemplo

Um prefeito e um vice-prefeito têm os direitos políticos cassados por abuso de poder econômico e político. Mais comum que gostaríamos , certo?
Três anos depois são reconduzidos ao poder, agora como secretários de agricultura e planejamento.
E sabe por quê? O atual prefeito acredita que a cassação foi “sem sentido”.
Em defesa própria os novos secretários argumentam que poucas pessoas no município estão preparadas para assumir esse tipo de cargo.
Agora sim...isso faz sentido!!!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mundinho confuso...

Ainda com sono, com os olhos praticamente fechados ligo o computador para ler os jornais do dia...o mercado financeiro desabando, o discurso vazio do presidente norte-americano, a perplexidade dos líderes europeus reféns das especulações, as projeções dos analistas sobre os riscos da crise no Brasil e a nossa presidente aconselhando a população a consumir...sim, funcionou na era Lula, quando o mercado interno conseguiu manter o giro da economia, lembra?
Pois então, tudo isso me parece fora do eixo, sei lá...ainda mais quando penso em uma das palavras mais ditas em tempos atuais: sustentabilidade.
Ahhh tá!!! Quero voltar a dormir!!!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quanto mais longe melhor!!

Algo não ia bem, isso já dava para perceber no dia a dia. De uns tempos pra cá nem toda posição era satisfatória...ajeita daqui, ajeita dali, deitado nem pensar. Antes, mesmo na penumbra dava-se um jeito. Agora só com luz, isso se não quiser forçar.
Procurei ajuda e escutei o que não queria.
- Cansada.
- Quem? 
- A vista, amigo...a sua vista está cansada, sentenciou o especialista.
Jeito bacana de dizer que você está envelhecendo. E não é drama não. Segundo ele depois dos 40 é assim mesmo, sinais do tempo.
Agora entre eu e uma boa leitura haverá um novo companheiro: os óculos.
Isso se eu não quiser ficar com os braços doendo de tanto afastar o livro...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pequeno poder

Sabe com quem está falando?
Eita perguntinha chata, daquelas de tirar qualquer um do sério mesmo.
E acontece comigo, e como...
Ainda que seja uma pergunta ela não pretende uma resposta, pelo contrário, impõe o silêncio, castra o dialogo.
Quase sempre vem embrulhada em ironia, sem falar no grau de petulância que nem sequer cabe no sujeito. E só para seguir na mesma linha da arrogância, quase sempre também quem pergunta não é ninguém.
Arrisco dizer até que ela demonstra o grau de civilidade do interlocutor.
Sim, por trás da singela frase há uma ideia de poder  ultrapassada, aquela que não admite contestação, que valoriza o monólogo...
Apenas a título de reflexão, um dos filósofos que conceituou o poder, Michael Foucault, falava que o poder é exercido em rede, não há um entidade centralizadora.
Na era da informação parece que nem mesmo os "comunicólogos", principalmente alguns assessores de imprensa travestidos de jornalistas, entendem.
Para sua pergunta só nos cabe a resposta: não amigo(a), não sei.
Ah!! E nem me importa...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Voltei...

De longe te olho...já faz algum tempo que não trocamos palavras, carinhos, resmungos.
O teu silêncio me angustia. Ah! E o pior é saber que você sabe. Isso sim é um tormento. A sua quietude tem menos de ignorar e mais de provocar.
Palavras não ditas me parecem ameaçadoras. Impelem-me a ação, não ao repouso.
Penso, procuro algo para te dizer...
Parece pálida, mas sou eu que me sinto sem vida, ainda que a vida vá bem, obrigado.
Peço desculpas àqueles que torceram pelo nosso relacionamento...chegamos a essa situação por desleixo tão somente meu.
Cá estou... Quero de novo ser provocado pelo silêncio branco da tua cara, e ainda que não goste do que digo, respeita, e sutilmente me faz refletir amanhã sobre o que disse hoje.
Quero as histórias escritas todos os dias. É isso que me acalma!!!