quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nossa fantasia está rasgada...

Deixemos para trás os foliões e falemos dos fanfarrões do nosso carnaval...parece sintomático um dirigente de uma “escola” virar o jogo na marra quando o jogo perdido está. Isso sim que é lição, principalmente de alguém com uma longa ficha de serviços prestados ao crime!!!
Sintomático também é a fala do governador Sérgio Cabral, na segunda-feira de carnaval. Segundo ele é preciso profissionalizar as escolas para que elas possam “sair do controle de quem quer que seja – bicheiros ou milicianos, qualquer agente ilegal.” E completou: É ilegalidade em cima de ilegalidade. O romantismo acabou há muito tempo”.
Novidade não é, diga-se a verdade. Mas de tempos em tempos a harmonia entre samba e crime atravessa a avenida, e aí amigo, não há lugar para fantasias...inclusive a que se refere a nós jornalistas.
O enfoque das nossas coberturas geralmente é a paixão, o luxo, as personagens do espetáculo. Raramente, corrija-me se estiver enganado, abordamos os bastidores, a origem das verbas, o compasso da ilegalidade forjado além dos barracões e quadras.
Não seria esse um enredo pertinente, de interesse público?
Se você é da mesma opinião que a minha há de concordar que precisamos evoluir nesse quesito, sob o risco de sermos rebaixados.

2 comentários:

  1. Ale,

    Me peguei pensando nisso hoje. Apenas lembramos dessas ligações, por assim dizer "perigosas", quando surge um crime. Infelizmente, essa paixão e esse luxo não estão intrinsecamente ligados somente ao amor pelo samba e carnaval. Nós jornalistas, no quesito discernimento e apuração não levaríamos uma nota 10, caso houvessem jurados.

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  2. Aliás, sabia que a emissora detentora dos direitos de transmissão do carnaval do Rio produziu um documentário exclusivo para exportação? No Uruguai, por exemplo, foi exibido com sucesso. E, sem nenhuma surpresa, o produto mostra o colorido, as mulheres, a comunidade, toda a plástica do espetáculo. O projeto nada mais é que uma propaganda do Brasil e sua festa. Carnaval tudo é festa. Logo o interesse público fica em terceiro plano. Primeiro o negócio, depois a diversão. Um reforço para os estereótipos made in Brazil.

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