terça-feira, 8 de maio de 2012

Tem medo de quê?

Amo a pessoa que é coração por inteiro. E digo de cara que não se trata de romantismo, ainda que entenda que mal algum faz. Observe que também não faço referência a gênero, refiro-me, tão somente, a pessoa.
O que me atrai de verdade é a vulnerabilidade subentendida. Você há de concordar comigo que a sentença revela, antes de qualquer coisa, falta de medo, ou melhor, coragem para se mostrar.
É ou não verdade que esse é nosso maior tormento?
Evitamos dizer “não sei”, com medo da avaliação que os outros façam da nossa competência; não dizemos “amo você”, com medo que a pessoa amada tome a declaração como uma fraqueza nossa; não colocamos uma idéia em debate, com medo de sermos mal interpretados, ou sequer, entendidos; nos enchemos de arrogância para afirmar que não nos importa a opinião do outro, quando na verdade é através do outro que construímos o eu.
Por essas e por outras, amo a pessoa que diz “meu coração é meu corpo inteiro”, porque inteira está, corre riscos, não tem vergonha dos próprios limites ou dos caminhos percorridos para superá-los.
Ser coração é ser vulnerável sim, e nada, nada mesmo, nos impulsiona tanto em direção a novas descobertas...
Tem medo de quê??

2 comentários:

  1. Felipe Rébuli Procópio9 de maio de 2012 às 10:05

    Ainda, palavra por palavra

    Invariavelmente pego-me, no silêncio das ideias, refletindo as contradições do expressar. Expressar a escrita; expressar a oratória; expressar a "expressão"; expressão a emoção e, sendo assim, o coração. Complexidade atribuída a algo simples, mas que dotada de tantos significados e significantes que a simbologia da comunicação humana exige, me fazem refém da minha própria expressão. São fragmentos de um corpo. De um corpo digital buscando a forma perfeita. Por isso, ainda tenho medo. E enquanto isso, caminho devagar, e tento da melhor forma, ainda que não adequada, expressar-me palavra por palavra.

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