segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Na linha do tempo

Quando o trem apita, desce a escada do sobrado, de janelas azuis e paredes brancas, sem muita ligeireza, mas em tempo suficiente para receber quem por aquelas paragens decide ficar...é essa uma das maiores alegrias de um senhor de cem anos, completados hoje.
Pelo que ouvi das histórias contadas por um dos seus netos, ditou o ritmo da vida como um maquinista que de tanto seguir viagem pela mesma estrada conhece as nuances de aclives e declives, e sabe que mais hora ou menos hora, a planície vai chegar. Por isso, aprecia cada momento do caminho.
Eu já tinha estado com ele uma vez. Me recebeu sem cerimônia e foi logo oferecendo um café. Ao entrar, o cheiro da casa me conduziu a infância, quando viajava com minha avó para Lins, no interior de São Paulo.
Sentado ao redor da mesa da cozinha me deu uma saudade danada...
Ah! Se por acaso você passar por esse cantinho do mundo, alí na Vila de Santa Isabel, procure pelo senhor Gustavo José Wernersbach. Tome um café, leve um dedo de prosa e quem sabe você descubra que o tempo é só uma estrada...

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