quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Temos jeito??

A discussão entre os dois homens durava uns 10 minutos. Uma bobagem, dessas que qualquer um de nós já se envolveu, que nem vale comentar.
Sem motivo a mais um deles puxa uma arma. De longe parecia um 38...o som dos dois tiros encobre a gritaria.
O homem cai, morto.
Ninguém ficou para conferir a confusão, só de longe, numa distância minimamente segura.
Casos assim acontecem todos os dias nas grandes cidades e não seria exagero dizer que, na maioria, o assassino não é preso.
Mas vamos supor que no nosso caso a polícia tenha conseguido prender alguém, claro, fora do flagrante porque aí também seria muita ficção. Enfim, suspeito preso, inquérito aberto, denúncia oferecida pelo Ministério Público, réu no tribunal.
- O senhor matou? – pergunta o juiz.
Para além dos subterfúgios que os advogados usariam na elaboração da resposta, o fato é que o que o réu tem para dizer não importa.
Ele pode mentir. Na verdade, todos nós podemos porque a lei garante que não precisamos gerar prova contra nós mesmos.
Coisa de primeiro mundo, não é? E depois nós jornalistas é que somos acusados de valorizar a versão em detrimento de fatos...
Mas voltemos ao caso. Uma das pessoas que estava na rua é arrolada como testemunha, quer ela queira, quer não.
Se no dia da audiência a pessoa não aparecer, o juiz pode mandar buscá-la e ainda aplicar uma multa.
Calma, não é tudo. Se ela prestar falso testemunho, ou seja, mentir, pode ser condenada a até três anos de prisão.
Enquanto isso o réu assiste calado, afinal ele é a única pessoa que não precisa dizer nada, nem mesmo a verdade.

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