quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ah, o alvará!

É curioso como as coberturas jornalísticas ganham sempre um tom. No caso da explosão da loja de fogos de artifício em Santo André parece que é a negligência... do proprietário sim, da prefeitura sim. Um porque não seguiu as normas de segurança e sequer tinha licença para funcionar, o outro porque não fiscalizou como é sua obrigação.
Mas no enredo dessa história faltava o drama, aquele ingrediente capaz de sensibilizar as pessoas, de fazê-las parar por um instante e prestar atenção no desenrolar dos fatos.
Na tarde de hoje, a explosão! Imagens captadas pelo celular pipocaram na internet; helicópteros no ar; ritmo frenético nas redações. Uma, duas, três, sabe-se lá quantas vítimas... A história do comerciante que vendia fogos de artifício sem licença e da prefeitura que não fiscalizou está sendo finalmente contada....a história que nós jornalistas negligenciamos.
Mais de 80% dos estabelecimentos comerciais em São Paulo não têm alvará de funcionamento, resultado tanto da burocracia do sistema, quanto da má-fé.
Lembro de um amigo que me dizia sempre que o leitor, o ouvinte ou o telespectador nos dá todos os dias um "alvará" para falar em nome deles, cobrar quem deve ser cobrado. Negligenciar a isso é como deixar a nossa licença perder o prazo de validade...

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