terça-feira, 15 de setembro de 2009

O resto é festa...

Dois técnicos, dois campos distintos...os dois foram criticados, os dois ameaçados de demissão, os dois superaram a crise.
Futebol e economia. Radinho de pilha no ouvido, bandeira na mão e uns trocados no bolso para a cerveja e o churrasco. O resto é festa, como diz um amigo.
Simplista? É sim, mas é a vida real de boa parte dos brasileiros. É como um termômetro.
Me pergunto se nesse último ano conseguimos captar a temperatura desses dois campos. Dunga foi criticado por não mexer na seleção...Henrique Meirelles por ser lento nas mudanças no Banco Central.
Até aí, tudo bem, a crítica faz parte do jogo. Mas será que não exageramos? Será que não demos mais atenção aos sinais negativos? Será que não valorizamos a velha máxima de que boa notícia é notícia ruim?
Eu acho que sim...essa semana, uma frase do Henrique Meirelles, presidente do Banco Central , no Especial Pós-crise, da revista Veja, chamou a atenção: "Penso que as críticas derivam do mau entendimento do que ocorreu e de um equívoco de avaliação. Isso me deixa um pouco entristecido. É como se o país tivesse entrado e saído da crise por obra de uma magia, sem que nada tivesse sido feito para atenuar os efeitos do choque externo".
Pois é, não me parece que Meirelles ataque para se defender. Assim como não é o estilo de jogo de Dunga. Questionado se as falhas argentinas não influenciaram a vitória brasileira, soltou a bomba: "No Brasil, em nenhum momento a gente tem mérito. Quando a gente ganha, é a Argentina que falhou. A gente treinou a bola parada durante a semana, mas a pergunta é esta. A gente nunca tem mérito. É difícil, é complicado."
Nós jornalistas podemos, comodamente, tirar o time de campo e desprezar as críticas, ou repensar nossa tática de jogo e entender que somente sorte não garante placar. Mérito é notícia boa...e boa notícia!

Um comentário:

  1. Alê, eu concordo plenamente com você na questão do enfoque negativista dado pela maioria da imprensa, geralmente para chamar a atenção. Mas eu acho que neste caso o Henrique Meirelles talvez tenha se esquecido de olhar pra sua própria "comissão técnica".

    Pelo (pouco, admito) que eu vi ou li sobre os efeitos da crise no Brasil, o presidente Lula sempre tentou diminuir a importância da crise com seu habitual discurso de que tudo esta bem, nada pra se preoucupar, nunca na história deste pais...

    Esta maneira simplista, como você bem frisou, é a vida real de boa parte (maioria?) dos brasileiros, mas ao escolher este tipo de abordagem o presidente acaba por simplificar demais o problema e diminuir a importância das ações tomadas para atenuar os efeitos da crise. Logo, não me surpreendem as criticas feitas à equipe econômica. Afinal, se a crise é só uma marolinha, pra que tirar a prancha da areia?

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