quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Mais realista que o rei

Toca fogo, toca fogo...grita o morador.
Morador??? Sim. Revoltados com a morte de uma estudante de 17 anos, vítima de uma bala perdida, protestaram. Interditaram ruas de acesso à favela, queimaram veículos.
Moradores??? Sim. Dezenas deles...pais de família, trabalhadores, jovens e, claro, alguns vândalos.
Vândalos??? Sim. E mais, criminosos. Treze veículos incendiados...de outros tantos pais de família, de outros tantos trabalhadores, de outros tantos moradores...
Adjetivar o texto jornalístico é sempre muito complicado. Nas salas de aula ou nas redações país afora existe aquela regrinha básica de que não devemos atribuir juízo de valor. Relatamos os fatos, a conclusão cabe ao telespectador.
Isenção é sem dúvida nossa ferramenta básica. Mas, me perdoem os puristas, não nomear corretamente aquilo que se vê é fugir da responsabilidade, e no mínimo, ser mais realista que o rei.

Um comentário:

  1. "Os homens, já se disse muito bem, pensam em bandos; e se verá que eles enlouquecem em bandos, ao passo que só recobram a lucidez lentamente e um a um."

    A frase de Charles Mackay está longe de ser uma novidade, mas ainda é, e acredito que sempre será, atual. Ela se aplica ao dois grupos deste seu post: Aos "moradores", obviamente, mas também aos jornalistas que insistem em enxergar apenas um dos muitos lados de uma história.

    Dar nome aos bois exige coragem e a capacidade de pensar por si só, o que, convenhamos, não é um dom fartamente distribuído.

    Abração e mande notícias. To te seguindo la no Twitter tb.

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