quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Burocracia

Histórias perdidas...porque perdida foi boa parte da vida. Abandonadas pelas famílias, esquecidas pela sociedade, enclausuradas pela justiça.
São crianças, apenas crianças. Caminhos parecidos e quase sempre o mesmo fim. Os abrigos tem centenas de histórias de meninos e meninas por serem contadas.
Não podemos contá-las. Perdidas vão permanecer as histórias. Vidas perdidas na burocracia.
Sob a tutela do estado, o Estatuto da Criança e do Adolescente é usado, muitas vezes, como uma barreira entre nós jornalistas e as crianças.
Protegê-las sempre, mas é fundamental ter em mente que falar dos assuntos relacionados a elas é antes de mais nada não esquecê-las. Já passaram por isso, lembram?
Há três semanas tentamos autorização para gravarmos entrevistas com alguns jovens abrigados, os mesmos que já retratamos em uma série de reportagens especiais no ano passado.
A resposta da promotoria? Há outros processos mais importantes...
Nosso pedido provavelmente será esquecido no fundo de uma gaveta, em algum cantinho...perdido!

Um comentário:

  1. Essa resposta é um banho de água fria para quem quer fazer um bom jornalismo.
    Considero esse tipo de tratamento da promotoria como mecânico. Me surpreende a falta de sensibilidade.

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