segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Lições

Dias difíceis os que passaram...peço desculpas pela ausência! Vamos lá...
Em uma conversa com alguns alunos, um deles pediu que eu comentasse algo sobre o caso do italiano preso acusado de praticar crime sexual contra a filha de oito anos. Eles consideravam que a imprensa estava transformando o caso em outra "Escola Base". Para quem não se lembra, em 94, vários órgãos de imprensa publicaram denúncias contra os donos e quatro funcionários de uma escola, que estariam envolvidos no abuso sexual de crianças. A vida dos acusados foi virada de cabeça pra baixo, perderam tudo...no final, todos foram inocentados.
Bom, voltemos ao nosso assunto. Não vejo, no caso atual, que nós jornalistas tenhamos feito juízo de valor sobre os fatos. E isso me parece um bom sinal. Até porque, em coberturas desse tipo, logo se formam opiniões contrárias ou favoráveis, e não só entre os jornalistas. Por exemplo, no blog "Balaio do Kotscho" mais de 500 comentários foram postados sobre o tema. Muita gente dizendo que é uma questão de cultura, muita gente rotulando o italiano de pedófilo.
Manter o equilíbrio não é das tarefas mais simples. Crimes cometidos contra crianças geram, por si só, revolta. Nós somos impactados sim.
Por outro lado, a investigação corre sobre segredo de justiça, o que nos "obriga" a trabalhar com informações em off. Outro risco é basearmos a construção de nossas reportagens apenas no relato de pessoas que estiveram no local, sem levar em consideração os exageros ou tão pouco os preconceitos.
Não há receita para uma cobertura correta, mas há lições que podemos aprender. Atenção, sempre, é a melhor medida.

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