sábado, 19 de setembro de 2009

A escolha é de quem?

Enfoques diferentes sobre os assuntos são sempre bem-vindos. Quando se trata de publicações semanais então, que têm como um dos principais objetivos aprofundar os fatos mais relevantes, são imprescindíveis.
A questão é quando o enfoque subverte o conteúdo informativo. É justamente com essa sensação que fiquei ao ler as reportagens sobre a indicação do Advogado Geral da União, José Antônio Toffoli, para o Supremo Tribunal Federal.
A "IstoÉ" trata o assunto apenas com uma nota. A "Época" direciona a reportagem para o fato do advogado ser a oitava indicação de Lula para a mais alta corte do país, as afinidades políticas com o PT e destaca algumas vitórias de Toffoli à frente da Advocacia-Geral da União.
Já a "Veja" não fala nada sobre a atuação dele no governo, pelo menos não no governo federal. A revista relata dois processos decorrentes de contratos celebrados com o governo do Amapá, entre 2000 e 2002.
Todas as informações publicadas são importantes para que o leitor possa formar uma opinião sobre o assunto. Mas, detalhe: ele só consegue isso se ler mais de uma publicação.
Em nome do enfoque, o leitor acabou sendo privado. Os veículos têm o direito de elencar aquilo que consideram mais relevante, mas que fica um ranço de trabalho mal feito, isso fica. Sem falar na falta de respeito com quem pagou R$ 8,90 por cada revista...

2 comentários:

  1. Isto não dá prá não comentar.....pois é a empresa privada cuidando dos seus próprios interesses, e mais uma vez mostrando que o leitor é um mero figurante. Que jornalismo é esse que nos priva de ter a informação pura e simplesmente.

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  2. Caro colega,

    Se é pra defender alguém que seja o leitor!
    E em nome dessa defesa não posso deixar de comentar o que acabei de ler na edição online, Nº 8568, do Diário Catarinense.
    O nobre ministro Gilmar Mendes só quer que se discutam questões substanciais para avaliar se José Toffoli está preparado para o cargo(...)seria algo semelhante ao papel de advogado do diabo?
    Concordo com você que o custo é alto para se informar, mas o preço que se paga pelo silêncio e omissão é muito maior.
    Ai, ai...bom saber que pensar não ofende, isto é, ainda!

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