terça-feira, 29 de setembro de 2009

Do outro lado

Gotas minúsculas, sequer escorrem pelo vidro. Formam desenhos que só a imaginação pode criá-los. Não estão lá para quem não quer vê-los...no fundo, o reflexo da luz. Uma outra janela, mais fechada que aberta. Um pedaço de cortina que se permite ver. Um vazio. Observo por alguns minutos, ninguém se mostra.
Mas há alguém, deve haver alguém. Percorro com o olhar a fachada do prédio. Volto à janela. A única com uma luz, amarela, suave...nem uma sombra, nem um movimento. Talvez alguém tenha dormido sem se dar ao trabalho de desligar a luz...talvez, de propósito, tenha deixado acesa com medo do escuro...talvez esteja no outro canto do quarto onde a vista não alcança, trabalhando, lendo...talvez esteja ao telefone, talvez...nenhum movimento ainda, nada. Talvez esteja em outro ponto, no escuro a me olhar, observando.
Me incomoda o pensamento. Apago a luz!

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